Terça-feira, 7 de Outubro de 2008
Há um riso nos meus olhos que parece o sol dentro deles!
Isto é poesia.
Quase
Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além.
Isto também é poesia.
Nem a intimidade da tua fronte clara como uma festa,
nem o hábito do teu corpo, ainda de menina e misterioso e tácito,
nem a sucessão da tua vida assumindo palavras ou silêncios
serão favor tão misterioso
como olhar o teu sono envolvido
na vigília dos meus braços:
Virgem milagrosamente outra vez, pela virtude absolutória do sono,
serena e resplandecente como a alegria que a memória escolhe,
dar-me-ás essa margem da tua vida que tu própria não tens.
Entregue à serenidade,
divisarei essa praia última do teu ser
e ver-te-ei acaso pla primeira vez
como Deus te verá,
já dissipada a ficção do Tempo,sem o amor, sem mim.
E isto?
Que parece o sol dentro deles – é esta faculdade de ver o irreal dentro do real que faz o poeta.
Ainda bem que falta um pouco de sol e um pouco de azul, porque é essa falta que nos incita ao sonho.
E só mesmo o sono te torna virgem outra vez.
Etiquetas: Poesia
publicada por Adão @ 17:28
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
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1 comentário:
Às 7 de Outubro de 2008 21:23 , Isabel Branco disse...
Pudesse eu dormir
e sonhar...
e um sol inteiro
se acenderia
nas velas do meu altar!
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