segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Cais dos meus lamentos...


(Imagem da Net)


Vejo partir todos os barcos,
todas as pequenas faluas
deste meu Tejo abandonado...

Vejo rasgadas as mil e uma bandeiras,
a meia haste, para mim, hasteadas
neste meu mar tenebroso, irado...

Sabem-me os lábios ao sal
das lágrimas, em vão, choradas
gaivotas das esperas derradeiras
nas amarras do medo poisadas.

Vejo o breu, sem estrelas, sem luas
e nas tuas íris coloridos arcos
deste meu estar desassossegado.

Vejo floridas as esperanças primeiras
nas incandescências inesperadas
desse teu jeito silencioso e calado...

Sabem-me a fel, a bílis...(tão mal...)
as horas neste cais desperdiçadas,
musas... da desdita companheiras,
nas ondas dum adeus levadas...

Isabel Branco


Motivo e Não te Fies do Tempo Nem da Eternidade - Cecília Meireles



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DIZER POESIA

9º Programa: Cecília Meireles - Motivo e Não te Fies do Tempo Nem da Eternidade

http://tv.rtp.pt/multimedia/progAudio.php?prog=3273

Transmitido na RDP Internacional a 26 de Novembro.


quarta-feira, 13 de outubro de 2010

An(coragem)




Caos, tormenta, dor,
um largo e vasto oceano...
Meu Cabo Bojador
em frágeis velas de pano...

Âncoro na ilha azul
da coragem dos sem medo,
desbravando terras a sul,
expondo a nu meu segredo.

A riqueza encontrada,
lábios de seda e mel
em minha boca insaciada

e o galante corcel
da tua presença amada,
escondo em versos de papel!


domingo, 10 de outubro de 2010

Amar-nos-emos





Um dia inesperado,
em qualquer hiato do tempo,
voltaremos a estar juntos...
e dar-nos-emos um ao outro
como ciosos desejamos fazê-lo...
Amar-nos-emos,
com gatos esfomeados
em telhados de zinco quente...
Amar-me-às...
Amar-te-ei...
Húmus, unos, inseparados,
siameses e para sempre.
Não nos sobraremos...
Ah!...meu amor, e nesse dia,
amar-nos-emos
ainda que defuntos...


segunda-feira, 4 de outubro de 2010

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Dizer Poesia




DIZER POESIA - Isabel Branco - na RDP INTERNACIONAL - às sextas-feiras, às 00.30h; 14.30h e 23.13h... 5 minutos para ouvir e sentir!

Os autores lusofonos na RDP Internacional.«Dizer Poesia» é um programa onde se dará a conhecer, os poetas lusófonos, através dos seus poemas e onde a autora, Isabel Branco, trará um dos ...seus poemas a cada programa.



terça-feira, 14 de setembro de 2010

Terra - esse planeta maravilhoso


Baixe o som da Rádio Nostalgia (no final da página) para melhor ouvir este video.


Este planeta maravilhoso que nos cabe cuidar precisa da atenção de cada um de nós para continuar a existir.



quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A Rima Mais Bonita - do álbum Tantas Lisboas

A Rima mais bonita - do álbum Tantas Lisboas, na voz de Marco Rodrigues.

Para além da interpretação, este fado tem uma letra lindíssima ...da autoria de Tiago Torres da Silva

"Cansei-me dos poemas que escrevi
mas não tive coragem de os rasgar.
São versos, meu amor...falam de ti
mesmo que, às vezes, finjam não falar.

São versos, meu amor...falam de ti
mesmo que, às vezes, finjam não falar.

O Fado quando chegou à noitinha
ficou todo contente por me ver.
Pediu-me versos novos e eu não tinha,
rasguei-os antes mesmo de os escrever.

Pediu-me versos novos e eu não tinha,
rasguei-os antes mesmo de os escrever.

Agora quando o Fado me visita
já trás poemas feitos de tristeza.
Cansado, escolhe a rima mais bonita,
e deixa-a esquecida sobre a mesa.

Cansado, escolhe a rima mais bonita,
e deixa-a esquecida sobre a mesa.

Então, chega a saudade e eu regresso
às quadras que não tinha terminado.
São versos, meu amor, quando os começo
mas assim que os acabo já são Fado.

São versos, meu amor, quando os começo
mas assim que os acabo já são Fado."




Tiago Torres da Silva



Para melhor ouvir este video, baixe o som da Rádio Nostalgia no final da página




Marco Rodrigues

Marco Rodrigues - fado novo a 13 de Setembro
16-08-2010
«Tantas Lisboas» é o título do disco de Marco Rodrigues. As colaborações de Carlos do Carmo, Mafalda Arnauth, Boss AC e Inês Pedrosa constituem alguns dos pontos de fortes deste registo. O álbum está disponível a partir de 13 de Setembro.
Até aos quinze anos, Marco Rodrigues – que vivia em Arcos de Valdevez – apenas sabia que existia um género musical chamado fado e que a sua maior diva era Amália Rodrigues. Mas, quando vem para Lisboa com a mãe, o fado entrou-lhe pela vida dentro sem pedir licença. Foi a figura materna que o incentivou a concorrer à Grande Noite do Fado, no Coliseu de Lisboa, que Marco venceu e, apesar dos seus tenros 16 anos na altura, já na categoria de Sénior. Poucos meses depois, Marco Rodrigues estreou-se como profissional no Café Luso – onde ainda é fadista e violista residente para além de acumular estas funções com a de director artístico da casa.

Agora, depois de “Fados da Tristeza Alegre” (2006), o fadista Marco Rodrigues prepara-se para editar o seu segundo álbum, “Tantas Lisboas”, através da Universal Music Portugal e com edição prevista para 13 de Setembro. Um álbum que tem como convidados Carlos do Carmo e Mafalda Arnauth e entre os compositores e letristas Tiago Machado, Boss AC, Tiago Torres da Silva e Inês Pedrosa.

“O meu álbum”, diz Marco Rodrigues, “não tem só fado nem tem só instrumentos de fado. Eu canto fado, vivo do fado mas não estou (apenas) no fado”. “Tantas Lisboas” apresenta alguns clássicos – como o lendário “Fado do Estudante” (interpretado por Vasco Santana no filme “A Canção de Lisboa”) – e muitos originais, incluindo dois temas com música composta pelo próprio Marco Rodrigues. Aliás, neste álbum Marco Rodrigues – e tal como acontece muitas vezes ao vivo – acompanha-se, também, à viola.

A cidade de Lisboa está presente, naturalmente, em muitas canções do álbum. De todas elas, destaca-se “O Homem do Saldanha”, um dueto com Carlos do Carmo, com letra de Boss AC e música de Tiago Machado. Com Mafalda Arnauth, Marco Rodrigues canta “Valsa das Paixões”, que tem letra de Tiago Torres da Silva e, igualmente, música de Tiago Machado. Este foi o primeiro tema retirado do álbum e já marcou presença na novela da TVI, «Mar de Paixão», e que roda na Antena 1 e Rádio Amália, bem como a canção «A Rima Mais Bonita».

«Tantas Lisboas» disponível a 13 de Setembro.

http://www.universalmusic.pt/


quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Embondeiro





Menino de cabelos loiros
plantaste no meu coração
uma semente de embondeiro,
um amor centenário...

Cresceu para teu abrigo
uma árvore colossal,
Nela, sedento, mitigas a sede,
repousas e partes...

É a tua sombra!
Teu sangue, tua fonte...
Tua terra, teu chão...
Teu eterno companheiro...

E, no entanto, de braços abertos,
o triste e velho embondeiro
todos os dias assiste solitário
ao sol que nasce e morre
cobrindo de oiros
o trágico azul do horizonte...

Num silêncio derradeiro
morre devagar... morre
esquecido e vertical,
teu ardor primeiro,
teu santuário e jazigo
d'amantes secretos...


Isabel Branco

Cama e Mesa


Para ouvir este video baixe o som da Rádio Nostalgia (no fundo da pág.)


Cama e Mesa - Roberto Carlos

Eu quero ser sua canção
Eu quero ser seu tom
Me esfregar na sua boca
Ser o seu batom...

O sabonete que te alisa
Embaixo do chuveiro
A toalha que desliza
No seu corpo inteiro...

Eu quero ser seu travesseiro
E ter a noite inteira
Pra te beijar durante
O tempo que você dormir
Eu quero ser o sol que entra
No seu quarto adentro
Te acordar devagarinho
Te fazer sorrir...

Quero estar na maciez
Do toque dos seus dedos
E entrar na intimidade
Desses seus segredos
Quero ser a coisa boa
Liberada ou proibida
Tudo em sua vida...

Eu quero que você me dê
O que você quiser
Quero te dar tudo
Que um homem dá
Pra uma mulher
E além de todo esse carinho
Que você me faz
Fico imaginando coisas
Quero sempre mais...

Você é o doce
Que eu mais gosto
Meu café completo
A bebida preferida
O prato predileto
Eu como e bebo do melhor
E não tenho hora certa
De manhã, de tarde
À noite, não faço dieta...

Esse amor que alimenta
Minha fantasia
É meu sonho, minha festa
É minha alegria
A comida mais gostosa
O perfume e a bebida
Tudo em minha vida...

Todo homem que sabe o que quer
Sabe dar e querer da mulher
O melhor e fazer desse amor
O que come, o que bebe
O que dá e recebe...

Mas o homem que sabe o que quer
E se apaixona por uma mulher
Ele faz desse amor sua vida
A comida, a bebida
Na justa medida...

O homem que sabe o que quer
Sabe dar e querer da mulher
O melhor e fazer desse amor
O que come, o que bebe
O que dá e recebe...

Mas o homem que sabe o que quer
Sabe dar e querer da mulher
O melhor e fazer desse amor
O que come, o que bebe
O que dá e recebe...

Mas o homem que sabe o que quer
E se apaixona por uma mulher
Ele faz desse amor sua vida
A comida, a bebida
Na justa medida...

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A Cores - (num miminho da Melanie)



Este o miminho da Melanie conforme comentário abaixo.

Obrigada querida amiga.

Um beijinho

A Cores




Já não me dói o silêncio,
nem o tempo desperdiçado!
Restam-me as memórias
a preto e branco,
longínquas do passado...
Movo-me de infinito
na perspectiva do sonho,
como um pássaro aflito
dando asas à imaginação
e vivo as cores de cada instante
com intensidade e paixão.


domingo, 22 de agosto de 2010

Actriz




Das varandas do meu medo,
entre o cetim adamascado
das dependuradas colchas
e o garrido aremessar
dos bouquets de flores,
aplaudo a desconhecida,
a actriz que me tornei.

Há nos meus olhos um segredo
que não quis divulgado...
Meus lábios, duas conchas,
nos teus procuram o mar...
Encenei tantos amores
e, no palco real, me vi perdida
na loucura com te amei...


segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Borboletas Azuis



(Imagem da Net)



Processo cada imagem
que se esbate na memória,
cada fugaz instante,
cada inesquecível viagem,
cada gesto flagrante
da minha, da nossa história...

Certezas poucas
entre tantas incertezas...
Entre silêncios e distâncias,
saudades loucas...
Alegrias, mágoas e ânsias
entre tantas tristezas!

Liberto-as ao vento
qual ágeis borboletas
em mistérios de azul...
E, nelas, me acorrento,
sem norte, nem sul,
em fatais piruetas...

Duvido da verdade,
do senso, da razão:
Se alguma vez aconteceu,
ou se nem foi realidade;
Se alguma vez foste meu,
ou se és fruto da minha imaginação...


quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Sei lá...


Foto Montagem de Isabel Branco



Desejos, quimeras...

Pedaços de sonho
arrastados na praia
de tantas Primaveras!

A imagem que reponho
tão distante da menina, da catraia,
entre as rugas esconde
o mesmo sorriso, o mesmo sentir.

Foram mares, foram guerras...
Desertos de árida solidão,
tempestades...dor, emoção!

Sei lá...o que ainda estará por vir???!!!
Sei lá...como e aonde???!!!
Em que distâncias????...Em que terras????

O espelho apenas me diz a razão...

Não me rouba o sonho,
nem me nega o que ainda o quero deveras,
até que a morte me dê a mão...




Chega-me das Ilhas






Chega-me das ilhas
a branda maresia
com suas maravilhas
aportando a maré vazia.

Trazida pelos ventos
envolve-se na areia
embrulhada em lamentos,
tempestade de lua cheia.

Ladainhas...e ave-marias
em uníssono, entre velas,
espantam a dor e as arrelias.

Ilhéus...gentes singelas,
vestem de luto as alegrias
entre a bonança e as porcelas!



terça-feira, 10 de agosto de 2010

Amo como...





Amo como ama o amor.

Não conheço nenhuma outra razão para amar

senão amar.

Que queres que te diga, além de que te amo,

se o que quero dizer-te é que te amo?



Fernando Pessoa


A distância...





A distância faz ao amor

aquilo que o vento faz ao fogo:

apaga o pequeno,

inflama o grande!



Roger Bussy-Rabutin




sábado, 7 de agosto de 2010

"Eu sei que vou te amar"


(para ouvir este video, baixe o som nos fones da Rádio no fim da página )


Maysa canta "Eu sei que vou te amar" do poeta Vinícius de Moraes.

Limelight - Julio Iglesias e Trio Irakitan!!!



(Baixe o som da Rádio no fim da página para ouvir este video)


Limelight - Julio Iglesias e Trio Irakitan!!!

Clipe com cenas do filme. Limelight, que se passa em Londres, no ano de 1914, às vésperas da I Guerra Mundial. Mas foi filmado no Estados Unidos.Este foi o ano em que Chaplin realizara seu primeiro filme. Calvero (Chaplin), um palhaço de teatro bastante famoso,
mas agora um bêbedo contumaz, salva de tentativa de suicídio uma jovem dançarina chamada Thereza, mas de nome artístico Terry (Claire Bloom). Servindo-lhe de enfermeiro até recobrar a saúde, Calvero ajuda Terry também a recuperar seu amor-próprio e retomar a carreira. Ao fazer isto, também ele retoma sua auto-confiança, mas suas tentativas em novamente atuar são fracassadas.Terry declara que deseja casar-se com Calvero, apesar da diferença de idade entre ambos. Entretanto, ela tinha ajudado um jovem compositor, Neville, que Calvero acredita ser um melhor companheiro para ela. A fim de permitir que o romance entre ambos ocorra, Calvero sai de casa e torna-se uma artista de rua.
Terry agora estrela seu próprio espetáculo e, por acaso,
encontra Calvero, persuadindo-o a voltar aos palcos para
uma apresentação beneficente. Junto ao seu antigo parceiro (Keaton), Calvero realiza uma volta triunfante,
mas sofre um ataque cardíaco e morre, a poucos passos de Terry que, no segundo ato da peça, dança no palco.
O fundo musical, maravilhosamente interpretado po Julio Iglesias, com a linda canção Candijeras e o Trio Irakitan, da mesma forma sensacional, Luzes da Ribalta.
Ribalta, palavra feminina de origem italiana, significa uma fila de luzes à frente do palco, entre o palco de boca e o lugar destinado à orquestra.Limelight e Candijeras são traduções em inglês e espanhol.


Puedo escribir los versos mas tristes esta noche.....



Puedo escribir los versos mas tristes esta noche.....


(Baixe o som nos fones da R.Nostálgia no fim da página para ouvir este video)

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

História de um Amor



Ana Gabriel & Júlio Iglésias - História de un Amor


Para melhor ouvir este video baixe o som da Rádio Nostalgia no final desta página


segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Na Tua Nudez


(Imagem da Net)



Expões-te...
Desnudas-te...
Publicas-te em fotos...
Das pudibundas partes te mostras...
Vestido apenas de afectos
dás-te enquanto homem,
e, ainda que, grotescamente,
pretendas afirmar o contrário,
inteiro te entregas ao conflito da razão,
do ser, do sentir, do corpo e do coração!
E... vences distâncias...alcanças a fonte,
renasces...
na simplicidade do gesto,
na inocência da dádiva,
na masculinidade da expressão...
Tântrica, gratuitamente,
da bruta lava incandescente
serenas e acalmas
o púbico monte,
espalhando na nudez a ilusão
e o gosto agridoce da saudade!


quarta-feira, 28 de julho de 2010

Ter




Tive febres de mudança,

tive fúrias de partida!

Tenho paz na lembrança,

tenho a vida colorida!!!


segunda-feira, 26 de julho de 2010

Apego


(Imagem da Net)


Não sei se a alguém o disse,
nem sei sequer se o sonhei...
Se, simplesmente, o maldisse
ou, quem sabe, até o inventei...
Mas... este apego que sei,
meio real, meio crendice,
chama por quem tanto amei

mesmo parecendo idiotice!!!


sábado, 19 de junho de 2010

Até sempre Saramago


Um até sempre Saramago


Retrato do poeta quando jovem


Há na memória um rio onde navegam
Os barcos da infância, em arcadas
De ramos inquietos que despregam
Sobre as águas as folhas recurvadas.

Há um bater de remos compassado
No silêncio da lisa madrugada,
Ondas brancas se afastam para o lado
Com o rumor da seda amarrotada.

Há um nascer do sol no sítio exacto,
À hora que mais conta duma vida,
Um acordar dos olhos e do tacto,
Um ansiar de sede inextinguida.

Há um retrato de água e de quebranto
Que do fundo rompeu desta memória,
E tudo quanto é rio abre no canto
Que conta do retrato a velha história.

José Saramago


quinta-feira, 17 de junho de 2010

terça-feira, 25 de maio de 2010

Ah!


O Beijo do Mar- de Octávio Ocampo


Ah! Meu bem amado!

Se fôssemos apenas pássaros,

veríamos o céu doutra cor,

beberíamos o néctar de cada flor

e a este nosso terreno amor,

ah, libertos, ... daríamos asas!




segunda-feira, 17 de maio de 2010

Quiçá...Quiçá...


(Imagem da Net)


Haverá amanhã??

Quiçá!... Quiçá!...

Entre o eu e o nada,
nuvem de pranto,
pétala ao vento,
inconformada, pagã,
no verso, na esplanada,
vivendo o momento,
por enquanto,
estou cá...

Haverá????
Não haverá????

Quiçá!...Quiçá!...


quinta-feira, 13 de maio de 2010

Regressos




Parei no tempo
absorta e distraída,
esqueci meus versos ao acaso
na vigília das horas imprecisas...

Banhei-me das águas estagnadas
que ainda me circundam
e quase, quase me afoguei...

Gritei por socorro
sofri, chorei
mas, apenas me responderam
milhentas vozes caladas...

Pudera...
Se de mim própria fui esquecida!

Abracei-me de ideias suicidas,
redemoinhei... gritei, gritei...
e... reinventei-me Fénix renascida.

Na areia húmida da praia
apagam-se, já indefinidos,
os sulcos distantes dos meus pés...

Nova caminhada principia!

Outro horizonte minha alma suaviza
e, aos poucos... aos pouquinhos,
das vestes lamacentas
o corpo se vai despindo!


Bom dia, dia

Bom dia, dia
Bom dia, mundo...




domingo, 18 de abril de 2010

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Limelight - Piano




Ao fim duma manhã chuvosa,
um telefone que toca,
uma voz rouca que nos reconforta e anima
e depois...
um som de piano que cresce,
e nos leva algures onde o coração ficou...

Oiço Luzes da Ribalta...e mais nada!

Meu Deus! Fecho os olhos e tudo acontece.


segunda-feira, 29 de março de 2010

Voltam as Andorinhas...


(Imagem da Net)


Voltam as andorinhas
aos beirais do desassossego...
Do sol, do azul, das flores
graciosas vizinhas
aconchegam o segredo
de novos e velhos amores!...

É vê-las, bandos de alegria,
beijando os hábeis ninhos,
esquivas asas de promessa
num gorjear que anuncia,
entre lilases e linhos,
que a Primavera recomeça!...


quarta-feira, 17 de março de 2010

Parcos Instantes...


(Imagem da Net)


Falámos de tantas coisas
num hiato temporal
entre o ser e o estar!
Entre o bebericar do café
e o alheamento das vozes
que ensurdecedoras nos rodeavam
olhámo-nos sorrindo,
cúmplices dos anátemas da poesia,
estigma que nos persegue
e nos purifica...
Navegámos nos mares dos nossos prantos
e aportámos as ilhas
do nosso contentamento...
Humildemente admitimos
a dor das horas insípidas!
Os fracassos...o que deixámos de viver...
As loucuras...os devaneios...
As sombras, os risos, os medos,
as longas estradas percorridas,
os sulcos, as fendas
nos nossos rostos esculpidas,
as feridas abertas e não lambidas...
Parcos instantes...
em que tanto foi dito
sem o poder das palavras,
entre o mistério dos afectos
e o arrepio corporal...
Parcos instantes...
de que, ainda, ouço os violinos
como fundo musical...


segunda-feira, 15 de março de 2010

Meu Gémeo Poeta


(Imagem da Net)



Meu gémeo poeta
esgotado adormeceu.
Não! Não... Ainda não morreu!
Descansa, apenas, das sensações
buscando no sossego outra meta.
Do conflito das emoções
une os fios da ténue teia...
Arrumou a caneta,
serenou o pensamento
e dorme... dorme...
Numa qualquer manhã
Fénix acordará
e rejuvenescido de intenções
seus versos, de novo, escreverá!
Dorme...dorme...
meu gémeo poeta,
outro lado do meu eu!



quarta-feira, 3 de março de 2010

Dualidades


(Imagem da Net)


Um sol d'ouro
em dias de chuvas
é um tesouro
que madura as uvas.

Uma lua d'prata
em noites frias
esquenta grata
as praias vazias.

Um aceno d'amor
em horas precisas
à vida dá cor
e forças concisas!



sábado, 27 de fevereiro de 2010

Ah! Essa voz...




Ah!... Essa voz...
Essa voz que o mar me traz
na subida das marés
e que uma gaivota grita
em asas de vento e saudade...

Ah! Essa voz…
Feita luz, feita paz
que m'amaina, de lés a lés,
e minh' alma agita
nos soluços da verdade...

Ah! Essa voz…
Que tanto bem me faz…
Essa voz, loucura e revés,
em meu ouvido perita
como eco de divindade...

Ah! Essa voz...
É cântico que me apraz...
É riso, choro ao invés...
É simples, doce e bonita,
embalada em musicalidade...

Ah! Essa voz...
Essa voz, meu rapaz !...


POEMA



Poema
Ney Matogrosso
Composição: Cazuza / Frejat

Eu hoje tive um pesadelo e levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo e procurei no escuro
Alguém com seu carinho e lembrei de um tempo
Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço ou um consolo
Hoje eu acordei com medo mas não chorei
Nem reclamei abrigo
Do escuro eu via um infinito sem presente
Passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim, que não tem fim
De repente a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingénua
Que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio mas também bonito
Porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu
Há minutos atrás.



(Para melhor ouvir qualquer destes vídeos, baixe o som da Rádio Nostalgia, lá no fundo da página do blogue)


Música e poesia...










Porque me apetece!...
Porque me acalma...
Porque é simplesmente música...
e autores que muito aprecio...
e que tanto me dizem...


(Para melhor ouvir qualquer destes vídeos, baixe o som da Rádio Nostalgia, lá no fundo da página do blogue)



quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

2009 - Festa da Flor - Ilha da Madeira



A próxima Festa da Flor decorrerá entre 17 (Cerimónia do Muro da Esperança) e 18 (Grande Cortejo Alegórico) de Abril de 2010.

(Para melhor ouvir qualquer destes vídeos, baixe o som da Rádio Nostalgia, lá no fundo da página do blogue)


quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Estar...


(Imagem da Net)


Este estar não estando,
este querer inconseguido,
mais forte que a razão
aos poucos me vai consumindo.
Se fugo, se incontida busco,
se a própria essência anulo,
no abismo das memórias
reinventando meu chão,
contrafeita, me confundo
na elegia das nossas histórias.


terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

No Dia dos Teus Anos...


(Imagem da Net - Mulher Voando)


No dia dos teus anos
há pássaros mortos
pela praia do nosso sonho,
arrastados nos detritos
no ímpeto da enxurrada...

No dia dos teus anos
há pássaros mortos
nos confins da minha alma,
turbilhão de conflitos,
colibri de piar enfadonho...

No dia dos teus anos
rumo a recônditos portos
fúnebres barcos aflitos
naufragam esse medonho
querer de vida e mais nada...


Novas imagens da tempestade na Madeira - Video RTP 1



Incrível... o corpo que se vê a sair do carro azul e a ser arrastado pela fúria da água e da lama... que impotência perante o inevitável!...


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010