terça-feira, 27 de agosto de 2013

domingo, 25 de agosto de 2013

Carta d´Amor



Deu-me a saudade…
Bateu tão forte que doeu.
Na ausência da verdade
Minha alma gemeu!

Li, reli e sofri, páginas
que o coração escreveu…
Amor, nem imaginas
a saudade que me deu.

Lágrimas tristes rolaram
pelo tanto que aconteceu…
Meus olhos os teus lembraram.

Meu corpo estremeceu!…
Dois seres que se amaram
e que a distância venceu!…


Isabel Branco


Embalo a Luz da Cidade





Embalo a luz ambígua da cidade
no cheiro longínquo da maré,
na tristeza dos rostos descobertos
alheados que nela se passeiam,
no fricote, no zumzum, no banzé,
das buzinas enraivecidas...
Capto-a no cais da saudade
das almas que chegam...
Sinto-a nos corpos deambulantes
que se agitam e partem!
Prende-se a mim...rios de pranto, livros abertos
cartas, recados de amor, por escrever,
nas garridas telas que imagino,
que armazeno e não pinto.

Embalo a luz mortiça da cidade
lusco-fusco num agora presente
num estar doído... ausente,
num ser sem ser...ainda por conhecer...
Abraço lugares que me chateiam
pela teimosia, num finca-pé...
Entre camas de corpos delirantes
fogem pela janela os sonhos libertos,
voam pássaros ao adormecer...
Não principio, não acabo, não origino
apenas continuo e continuando minto
como o sol que volta todas as manhãs
na sombra das paredes que me cercam!


Isabel Branco


sábado, 24 de agosto de 2013

País em Chamas



Ardem matas,
sargaças acesas...
vivas, devoradas pelas chamas...
por taras, por conveniências,
ardem florestas inteiras em flamas...
ardem seres....ardem almas...

sobram dramas!

Isabel Branco


quarta-feira, 21 de agosto de 2013

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Plantei versos...




 Plantei versos,
despontaram poemas,
nasceram livros,
sementes dum eu
enxertado num “tu”
com raízes de mar
e ramos de esperança.
Brotaram primaveris
as azuis flores do amor
e sangraram as acácias
poluídas de guerra e dor.
E fui morte...desespero!
Ao vento me agitei e brami.
Na sedução que me condiz
fui praia... sonho, criança ...
fui mulher, nua, descalça, mãe...
Por condição... fui triste, fui feliz!
Se por palavras minhas m’ escrevi
nas tuas, meu amor, me perdi!
Plantei versos e versus...
E... nos reversos...me encontrei!


Isabel Branco


Sofreguidão




No cume das montanhas
ensaio o voo das águias
na plenitude dum olhar...
Babo-me das carnudas cerejas
que teus lábios me dão a beijar...
E...sôfrega... sinto nas entranhas
a chuva com que me desejas
e sorvo o mel, o sol e fímbrias
de terra fértil a germinar!


Isabel Branco


terça-feira, 13 de agosto de 2013

Seria o Amor Português; Sem Que Soubesses - Fernando Assis Pacheco






151º Programa: - Fernando Assis Pacheco - Seria o Amor Português; Sem Que Soubesses; -  (Meu: A Cada Recomeço)


http://tv.rtp.pt/multimedia/progAudio.php?prog=3273


ou


http://www.rtp.pt/multimediahtml/audio/dizer-poesia


Transmitido na RDP Internacional a 13 e 16 de agosto de 2013.



Porque Choram Os Meus Olhos



Porque choram os meus olhos
fontes de mares por navegar?
Lavo-me em prantos tamanhos
sem remos, sem barcos para embarcar…
Serpenteiam-me rios, nascentes
águas dum Agosto por desaguar!
Porque choram os meus olhos
chuvas, lagos de acreditar?
Aporto portos estranhos
na húmida vontade de chorar…
Tomo-me de azuis poentes
na minha praia de encantar,
embalo búzios dolentes
nos sonhos por naufragar!
Choro…estrelas cadentes…
pedaços do meu (a)mar!...

Isabel Branco