terça-feira, 30 de dezembro de 2008

UM BOM 2009






(Para melhor ouvir este video, baixe, ou desligue o som da Rádio Nostalgia, no final da página)


Estarei de férias por uns dias!
Aproveito para desejar, desde já,


a todos os meus amigos

e amigos deste blog,

um:

Feliz Ano Novo
Glückliches Neues Jahr
Nytar
Feliz Año Nuevo
Felicigan Novan Jaron
Heureuse Nouvelle Année
Feliz Aninovo
Shaná Tová
Happy New Year
Felice Nuovo Anno
Akemashite Omedetou Gozaimasu

Felicidades e um beijinho,


Isabel Branco

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Embrulhadinho


(Imagem da Net)



Recebi neste Natal
a prenda mais bela
só minha, especial,
tão única e tão singela.

Um pequeno embrulhinho
para guardar no coração
a desembrulhar com carinho
nas horas de aflição.

Atravessou o mar…
Foi lágrima e emoção,
é sinal, ternura, amar
esperança e motivação.

De tal presente me orgulho
saboreando-o devagarinho.
Ávida desembrulho,
meu amor, o teu beijinho.


quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

É Natal!




Longa, a noite da eternidade,
em busca do amor e da luz
jactante de interioridade
cumprida nos pregos duma cruz,
surge aos homens de boa vontade
e à paz, à redenção os conduz.
Eis o Unigénito! Eis a Verdade!
É Natal! Exultai! Nasceu Jesus...


terça-feira, 23 de dezembro de 2008

É NATAL... ÓH, REDENÇÃO!



Adeste Fidelis
nas vozes incomparáveis de: Pavaroti, Plácido Domingo e Carreras
(Para melhor ouvir este video, baixe, ou desligue o som da Rádio Nostalgia, no final da página)


É NATAL... ÓH, REDENÇÃO!

Nasceu um menino
e no céu uma estrela.
É Jesus pequenino,
dizem os magos, ao vê-la.

Num presépio, por fundo,
canta o anjo que ouvi.
Por nós, veio ao mundo
e numa estrebaria sorri.

É Natal... Óh, Redenção!
Repenicam os sinos...
É a nossa salvação!

Exultai, em doces hinos
esta hora de contemplação,
óh, corações peregrinos!...



Isabel Branco





sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Inconstância


(Imagem da Webshots)


Esgotei, momentaneamente,
a capacidade de escrever,
de querer ou de imaginar...
Aguça-se, nostálgica, esta dor
que, assídua, me atormenta
na permanente ausência, no desamor,
duma voz dolente
que me não leva a parte nenhuma
senão, às águas estagnadas
que o teu silêncio, meu amor,
aumenta, invariavelmente,
em rios de pútrida solidão,
em indigna espuma.

O meu cérebro cansado
identifica-se a uma sala vazia, não iluminada
apenas, porque um fusível desligado
a priva do privilégio da luz...
A mão preguiçosa
recusa-se a percorrer o caminho
que entre a tinta e o papel está traçado.

Não estou nem triste, nem alegre...
Perdi, no entanto, a emotividade...
Falta-me o espaço, a côr,
o momento, a delícia...
Sufoco na rotina da cidade.
Definho desorientada
entre o barulho da multidão...
Entre os pólos da ambiguidade,
me movimento e circulo agoniada...
Só estou bem onde não estou...
Sonolenta, inconstante,
já nem sei quem sou...

Distanciada da infantil tradição
é este, o efeito que, em mim, produz
esta época natalícia
de suposta união,
plena de algumas boas vontades,
e tantas hipócritas atitudes...

Apetece-me voar
para antípodas distâncias
ou, simplesmente, não fazer nada
e deixar-me ao sol a "lagartear"
numa praia, numa esplanada
observando o mar...ai... o mar...

Congestionada pelos ventos agrestes,
enregelada pelos agressivos frios,
refugio-me numa patética hibernação,
numa espécie de apatia tresloucada.
Nem a decoração dos ciprestes
alusiva e estrelícia
me distrai ou anima.

Numa teimosia inconformada
revejo outra vida refractada
e a saudade, agora instalada,
clama pelos primeiros desafios
e entardece magoada.

Ah! Longínquas beatitudes
que ainda me fazem sonhar,
escondidas noutra rima
de promessas e ilusão!...
Espelhadas noutras latitudes
condicionam-se às rugas sulcadas
nos rostos argilosos
das inúmeras solicitudes
que nos retalham o coração.

Não me apetece pensar,
nem tão pouco sentir!
Apetece-me apenas, ficar
junto ao cais, junto ao mar
e, de tudo o mais, me abstrair.


So This is Christmas

(Basta desligar ou baixar o som da Rádio Nostalgia no final da página,
para melhor ouvir este video.)

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

A África o Natal Chega...


(Imagem da Net em Moldura de Isabel Branco)


A África e a todo o seu povo sofredor
que embala no regaço a dor
dos filhos famintos
das minas e do desamor,
o Natal chega num grito calado
no peito apertado,
no estampido da guerrilha,
no silêncio das estrelas
que brilham no olhar doído das crianças.

A África, o Natal chega
no peito ressequido
das mães que amamentam
a terra árida que lhes suga a alma
e lhes mata os filhos remelosos
que a fome e a morte assombram,
pasto de moscas e doença
e que, ainda assim, sorriem
num sorriso triste e rasgado.

A África, o Natal chega,
paradisíaca e selvática imensidão
com o deserto na voz
que incessante chama por nós
na secura do tempo,
na pele engelhada dos seus avós,
no preconceito, na escravidão,
nas grilhetas, no drama,
na ausência da chuva, na desolação...

A África e ao seu povo esquecido,
o Natal chega com o calor,
a cada ano esperançado
na mudança de mentalidades,
na grandeza das suas potencialidades
que as politicas dilaceram
e os gananciosos exploram.
Chega promessa no calendário
e, num feitiço, vai embora...


Nesse Mar





Nesse mar que é só nosso
ternura, poema e abraço,
onda a onda... a ti me enlaço.


Estás Aí...


(Imagem da Net)


Estás aí esperando por mim...
Sorridente, matreiro,
insinuante em palavras poéticas
e na beleza da tua filosofia,
abrindo a senda em que te sigo.

Estás aí, como sempre...
Imaginativo, espirituoso,
mar, intenso e companheiro,
descodificando as sinaléticas
e apontando-me o caminho.

Estás aí, por assim estar escrito
nas páginas proféticas
das nossas outras vidas
e, nem o tempo traiçoeiro,
separará nosso destino.


Pirataria

Todo o tesouro está escondido.




terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Enterneço...


(Imagens da Net) Foto Montagem de Isabel Branco


Anoiteço falua
no encalço do farol
dos sonhos devassos...

Adormeço lua,
odisseia de prata
num mar de sargaços...

Amanheço nua
desdobrada dum lençol
amarfanhada nos teus braços...

Entardeço tua,
áurea caravela pirata,
desenhada ao por de sol
por divinos traços...

Enterneço capicua
do dominó grata
ao gargalhar do girassol
flóreo no cetim dos laços...


sábado, 13 de dezembro de 2008

A Prenda




Gente apressada,
prendas,
embrulhos,
papel e laços...
A folia própria
d’outro Natal que se aproxima.
Confusão, vozes, alegria,
risos, gargalhadas,
crianças entusiasmadas...
Assim, chega ao fim
mais um ano,
já velho e cansado
das suas primeiras esperanças
agora transferidas
a outro que brevemente principia.
Trânsito enlouquecido,
transportes apinhados,
multidão desordenada,
compras, luzes, Natal...
E, para tantos, um saco cheio de nada!
Sininhos dourados
num pinheiro pendurados...
Enfeites, cor, festa,
guloseimas...
Um Deus menino em barro,
em presépios figurado,
nuzinho, braços abertos,
coitadinho!...
Pregões de paz,
de fraternidade entre os homens,
sorrisos entre os lábios desapertados
e afinal os sentimentos,
cada vez, mais amarrados,
porque a prenda mais autêntica
apenas se apelida Amor
e a humanidade teme ofertá-la,
desatar o laço,
abri-la, saboreá-la.
Prefere vê-la, assim
na sua caixa guardada,
em belos papéis embrulhada
e com uma grande fita
definitivamente enfeitada!...


sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Outro Dia


(Imagem da Net)



Foi embora a chuva!
Brilha, intenso, outro dia.
Ah! Sol…
Ó astro rei,
Como verde bago de uva
a tua falta sentia,
puro mosto, etanol
do tinto vinho que serei!


Tristeza


(Imagem da Net)


Estou triste, muito triste...

Falo para o vazio
que me rodeia,
das minhas incógnitas,
das minhas ânsias e problemas.

A minha tristeza persiste...

Sinto esta espécie de arrepio
que me enregela e farpeia...
Recolho às cavernas trogloditas
dos meus medos, dos meus dilemas...

Continuo triste! A lágrima não desiste...

Dispo-me de senso e de brio,
que o tempo já me escasseia...
Cercada de sensações malditas
escondo-me na rima dos meus poemas.


quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Os Olhos do Mar


Foto Montagem de Isabel Branco - Teus Olhos de Mar


Procelas há nos teus olhos, mar,
lágrimas em oceano de espuma
numa raiva por navegar,
numa estranha paz que me enciúma!

Se abismo dos meus tormentos,
enfureces os ventos uivantes,
sussurra-me a brisa os teus lamentos
na húmida areia de praias distantes.

Um paradoxo de dor, azul e amar,
imana da misteriosa vastidão
das profundezas do teu olhar.

Ah! E tuas neptuninas barbas… Imensidão,
ondas onde me deixo naufragar,
a teus olhos, mentor da minha imaginação!


terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Por Amar a Solidão




Por amar a solidão
sou gaivota azulada
que se exclui do bando
e do alto penhasco
assiste e observa,
passando os dias
entre a maré cheia, empertigada,
em contemplativa meditação.

E, às vezes, sob o velho casco
duma naufraga embarcação,
na vazante da tarde dourada,
escuta o som das maresias
perscrutando o horizonte, obcecada…
Depois, bate as asas pelo céu voando…
Ergue-se a outra dimensão
e sacode o sal que nas penas conserva!


quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

TU...


(Imagem da Net)


Tu que, do nada, me chegaste
de mansinho,
que me pegaste pela mão
e, sorrateiro, te aninhaste
em meu coração...
Tu que me falaste
de amor e carinho
e dividiste comigo a emoção...
Tu que me libertaste
a acorrentada imaginação
e, algures no tempo, me amaste
com ternura e paixão...
Tu que, com jeitinho,
me transformaste
com devoção...
Tu que o caminho
de Deus me mostraste
como salvação...
Tu, meu irmão...
TU...
Porque me abandonaste?...


O Comboio da Minha Infância





As rodas gigantes batendo nos carris...
Cutucum...Cutucum... Cutucummm...
Abrandam na chegada à estação.
Dos vagons um cheiro forte de anis,
cana de açúcar transportada
em pilhas para a maceração,
invade o ar. E... tchumm... tchummm...
Espirra água a locomotiva...
E, do comboio quase a parar,
três mocetões negros e robustos
num sorriso enorme e branco,
empoleirados sobre a carga,
reconhecem a menina,
criancita alegre e loira
que no quintal espera
a chegada do kurikutela.
Arremessam-lhe algumas pequenas canas
já costume e promessa,
que ela apanha e sofregamente
mastiga e chupa,
dizendo-lhes adeus
nos bicos dos pés dos seus quatro anos.

Visualiza a bandeira vermelha , depois a verde
Cchummm... chumm...
e, finalmente o comboio parou.

O chefe, homem de convicção,
gorducho, quase careca, bonacheirão
dá as ordens e arruma a questão.

E, a menina loira encantada
abre o grande portão
da casa contínua à estação
Corre... corre...
E, num abraço terno de emoção
lança-se naqueles amados braços
recebendo o beijo do seu avô,
o Branco, Chefe daquela Estação...

........................................

O comboio mala apita ao longe.
Úúúhhh...Úúhhh...
Tchuque... tchuque...tchuque...
Num contínuo tchuca tchuca.
As carruagens apinhadas de gente,
já dormidas em confortáveis bancos
que abertos se transformam em cama,
levam e trazem vidas.

E, entre cada estação,
duma extensa linha ferroviária
uns saem e outros entram,
no meio da confusão,
de variantes e desvios.
Homens, mulheres, crianças de várias raças,
cabeças apenas, no meio da multidão,
lá vão a todo o vapor,
sem se preocuparem com a cor,
todos de mala na mão,
bagagem de vidas vividas
por angolana paixão.

.....................................

À entrada da cidade,
alguns quilómetros antes da estação
brincando felizes no eucaliptal,
sentindo o cheiro da terra,
encostando o ouvido à via férrea,
eu, a criancita loira, já mais crescida,
minha irmã e meus primos, (seus filhos),
nas chegadas e nas partidas
assobiando estridentes apitos
acenando com lenços brancos
no adeus ao maquinista
o meu querido tio Armindo,
dos comboios um grande artista.

..........................................

No som troante da garrá,
no faiscar das fagulhas,
no acertar das agulhas,
veneno no sangue do meu pai
também outrora ferroviário,
apesar da distância,
na recordação do cenário
ainda hoje, saudosa, digo adeus
ao comboio da minha infância.


terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Nevão


(Imagem da Net)


Súbitos, doídos, os gélidos frios,
enclausuram o canto das cotovias
e brancos silêncios cobrem as montanhas.

Um pálido sol espelha-se nos rios
à hora tardia das ave-marias
e, em brando lume, se aquecem as entranhas.

Desafiando o rigor do elemento
um banco de feia e bruta pedra
ao mistério assiste impávido e sereno.

As palavras num adeus, pétalas ao vento,
da semente do amor que em nós medra,
despem-se da flor selvagem, vergada num aceno.


segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Eterna


(Imagem da Net)


Aos acordes timbrados dum piano
que propositadamente teimo escutar,
num "For Elise" repetitivo
eis-me, novamente, imaginando
os contornos do teu rosto,
afundando-me na solidão do teu olhar.

Esqueço o mundo que me rodeia
e, sentindo a quietude mansa do instante,
na consciência da inércia, me confundo,
alheando-me das coisas banais.

Se ausente és, em mim,
porém, permanência e demora,
luminosidade e agora,
como apagar-te da memória
onde sempre viveste
transcendência, sonho, ilusão?

E, se a pródiga imaginação
insubmissa não te ignora,
como negar-te a existência
se és, em mim, o aflorar
duma distinta paixão?

Meu oásis, neste deserto que nos cerca,
neste quase nada desconhecido,
és em meu mar de esperança transformado,
em desejo, em realidade acontecido.

Tu... que, fisicamente, me és estranho,
neste não sei quê de nostalgia
surges onda e, em maré cheia de poesia,
absoluta te encontro e te desvendo...

Entre tuas mãos carnais
mas ainda imaginárias
que, dos meus vestidos brancos,
inteira me despem,
eterna, me debato e me entrego.

Pelos séculos, infinitamente,
em sublime excitação,
simplesmente nos amamos,
sem amarras, sem lascívia, sem pecado,
na perfeita coerência
dum real jamais alcançado.