quinta-feira, 22 de outubro de 2015

JAZ FRIA… A ALMA VAZIA!




Inventariam-se momentos
Pertences dum tempo defunto…
Herdam-se saudades e lamentos,
Memórias mil em conjunto!

A lágrima derramada
Espraia-se lenta e fria.
Em campa rasa sepultada
Jaz a alma já do corpo vazia.

Das quimeras à mortalha
Breve instante se aflora
Numa invencível batalha!

Triste a chuva cai… e chora…
Sementes de nós… o vento espalha…
Ninguém… neste mundo se demora!


Isabel Branco


quinta-feira, 15 de outubro de 2015

AMO-TE, meu amor!!!



O amor não precisa de motivos,
nem de datas, tão pouco de compromissos,
mas simplesmente de vontades,
comportamentos e afinidades.
E, ainda que as distâncias
aumentem as saudades
e o tempo nos limite a existência,
jamais o amor deixa de nos mover e impulsionar.
Reação química ou fórmula física
é, sobretudo, paixão,
desapego, memória, sentir,  razão
e parte inapagável de nós próprios.

Neste momento, porque o sinto, 
porque quero, apenas te digo:


AMO-TE, meu amor!!!!!


Isabel Branco



segunda-feira, 5 de outubro de 2015

ICÁRIA



Rasguei o azul da palavra
e encontrei cinzas de mim,
num arco-íris de lua e chuva…
Vendavais sobreviveram,
nuvens de algodão em espuma se espraiaram,
memórias, lugares, gentes,
das cortinas dos olhos
em estranhas vagas me sucederam…
Confesso um rio, brumas de solidão,
na simpatia ícara dos silêncios,
dédalo um labirinto… e, em asas de cera
e penas de gaivota fujo, de mim mesma, estonteada…
Adormeço ilha em mar de sargaços
e na cósmica poeira dos sentidos
abraço um infinito de sonhos acontecidos!...


Isabel Branco