terça-feira, 31 de dezembro de 2013

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Adeus Ano Maldito




Adeus ano ruim que me roubaste a vida do meu pai,

do meu tio e d´outras vidas também amadas.


Adeus ano de tragédias e desgraças, 


das troikas impróprias e malditas,


dos ivas aumentados,


das faturas exigidas,


dos ordenados e subsídios roubados


e dos afazeres triplicados.


Das famílias destroçadas e das casas perdidas...


Dos sem abrigo pelos bancos dos jardins


com as estrelas por teto e por manto,


em abraços de frio e lençóis de chuva.


Adeus ano intenso de realinhamento dos planetas...


Da renúncia dum Papa, do conclave


e do fumo branco na eleição 


dum Sumo Pontífice do fim do mundo.


Dos milhares de desempregados e suas facetas,


das crianças esfomeadas a quem, além do pão,


roubam o direito à saúde e à educação.


Adeus ano azarento de percas, acidentes,


crimes, suicídios, greves e manifestações...


Dos vigaristas e oportunistas,


dos abusos e extorsões


tão a jeito e convenientes... 


Adeus ano aziago de doenças,


de estranhas convulsões


e inquietantes operações...


Adeus ano vermelho dos fogaréus 


devastando o país em chamas


ceifando as vidas dos que lhes dão luta. 


Adeus ano sangrento dos ajustes de contas,


dos atentados, das perseguições,


da tristeza, da mágoa e da revolta,


das páginas viradas em tempos de crise


para destinos longínquos em emigração


levando saudade e dizendo adeus 


à miséria, à vergonha, à desgraça,


à merda que em este país se transformou...


Adeus capas negras que o mar leva


em estudantis toadas de aflição...


Adeus ano de dor e de lágrimas...


Adeus ano maldito...morre agora tu também


e deixa que a esperança nos renasça


na promessa doutro ano que se aproxima!




Isabel Branco


terça-feira, 17 de dezembro de 2013

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Não Sou Nada...




Não sou nada...

Senão este princípio de morte 


em que meus dias apodrecem... 


Das tantas almas que tenho


a duas me apego...


Uma... cobre-se de véus,


de sonhos, tinta e fantasia.


Escorre lânguida por linhas tortas


na branca macieza do papel...


A outra... ingrata e louca,


desvairada e sem sorte,


ergue castelos que se desvanecem


num frouxo nó cego


de dúvidas sem respostas...


Duas chamas... Dois fogaréus...


Duas pobres folhas mortas...


Dois estares sem tamanho


presos num espelho fiel...


No incessante rodopiar do ego


antes quebrava que torcia...


Não sou nada... e não sabia! 




Isabel Branco




quarta-feira, 30 de outubro de 2013

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

terça-feira, 1 de outubro de 2013

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

terça-feira, 17 de setembro de 2013

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

terça-feira, 3 de setembro de 2013

terça-feira, 27 de agosto de 2013