sexta-feira, 30 de setembro de 2011

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Minha alma, meu ser...



Minha alma grita, 
esbraceja aflita... 
 Meu ser reclama, 
 chora, ri e ama... 


 Óh alma proscrita, 
 cigana maldita... 
 Ó ser, fúria, chama 
 qu’ a fogueira inflama! 


 Minha alma se agita 
 se esconde e cogita... 
 Arbusto, rama, 
 meu ímpio ser s’acama. 


 Isabel Branco

sábado, 10 de setembro de 2011

Não tenho pressa



Não tenho pressa...
Vou andando devagar, passo a passo
o meu caminho, a minha estrada.
Hei-de chegar ao despontar duma qualquer manhã
com o cantar dos pássaros
e um cheiro adocicado a maçã.
Já me debati, já me feri
no arame farpado que para trás deixei,
no campo de concentração
aonde aprisionei a minha ilusão...
Troquei a máscara, lavei as mãos,
salpiquei meu árido chão
de acetinadas pétalas de rosa
e dos espinhos fiz a minha coroa
mas, sigo...sigo sobrevivente a minha estrada.
Já me perdi no cansaço, andei à toa,
bebi o pó das encruzilhadas,
ateei o fogo no mato das minhas fogueiras
e guiei-me pelas estrelas na gélida noite enluarada,
do deserto da minha solidão.
Na rubra cor da romã
arrastei os pés e o coração!
No barro da minha terra enterrei
a aliança mais valiosa
da minha primeira vida,
dos meus tempos de menina!
Vou...agora sem pressa...
meu destino hei-de alcançar
na calma dum outro respirar...
Fica minha presença impressa
na suave brisa da maresia,
no azul da tinta, do mar e do amar
na imortal voz da poesia.
Na areia, as ondas aos poucos abraçam
o sinal da minha caminhada,
as pégadas da minha vida...
Sigo...no entanto, sem pressa...empenhada
até onde seja o meu lugar!

Isabel Branco

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Padecer




Cada dia é um começo;
cada dia é um fim...
O amor acontece...
a saudade permanece
na constante renovação,
num sopro de vento,
na visão do adeus inevitável.

E o poeta...Ah! o poeta...
esse...de sentida dor,
intensamente, padece...

Isabel Branco