terça-feira, 30 de abril de 2013

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Tanto cravo...




Tanto cravo cravado
com cravos de vergonha...
Tanto cravo encarnado
na miséria que nos empeçonha!!!
Tanto cravo amargurado
numa cruzada enfadonha...
Tanto cravo subjugado,
escravo da liberdade que sonha...
Tanto cravo amarfanhado
noutra madrugada medonha!!!



Isabel Branco



quinta-feira, 4 de abril de 2013

Rasguei...




Rasguei todas as cartas que te escrevi,
amarelecidas cópias das que te enviei
e aquelas que nunca leste
e na gaveta guardei!
Destrui  todas as fotografias
que me ligavam a ti.
Memórias que já esqueceste,
tristezas, ânsias e alegrias
uma a uma...queimei.
Apaguei as nossas mensagens,
o teu rosto do computador deletei
e teu nome do meu dicionário risquei...!
No porão da alma,
arrumei as emoções que senti...
Mas...a  tua existência, porém,
não se me desapega do pensamento!
Quis esquecer o amor,
apagar de vez a dor...
dar, à vida que me resta, outra cor!
Foge-me o tempo...
entre páginas de vento
e murmúrios de mar!
Foge-me a lágrima furtiva
entre saudade e desenganos
no silêncio de tantos anos.
Foge-me o sonho, o momento
entre livros ...Ah! Os livros...
que escrevi  para te lembrar
o quanto te amei...
e que...da minha alma,
incólume, jamais te rasgarei,
ainda que me fujas tu também
e a minha voz te pareça agora
um breve, muito breve
e passageiro lamento.


Isabel Branco