quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Desconsolo


















Já nem a poesia me consola

neste País acabrunhado

que, quase nu, pede esmola

por ser por imbecis desgovernado!...


Isabel Branco


terça-feira, 25 de setembro de 2012

domingo, 23 de setembro de 2012

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Prefácio de Ecos d´Alma













Prefácio de Ecos d'Alma de Fátima Porto

A poesia de Fátima Porto tem a leveza duma nuvem, o sabor do vento agitando as canas que a maceração transforma em açúcar, o correr manso e romântico das águas límpidas do rio Catumbela que, da roça, o transporta mundo fora, adocicando as bocas, os corações e as mentes.

Nos sons do silêncio, no abrir e fechar das gavetas da memória, no encontro da tinta com a folha branca do papel, no aprazível jogo das palavras e do tempo, perpassa os olhos e os sonhos de menina, a sensualidade felina de mulher, as asas que a imaginação determina, o poder e a magia que se quiser.

Ora cruzando a ponte no comboio da realidade, ora amargando o pó da estrada da vida, esbate a argilosa terra que a viu nascer numa saudade permanente e em cada verso transparece laivos dum sol doirado e quente, praias longínquas de deslumbramento e serenidade a que as emoções se juntam num ritmo crescente de sentimentos e verdade, na inexplicável e terna libertação do ser em forma de poema e ECOS d’ALMA.

Isabel Branco

Lisboa, 10.04.2012

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Príncipe Sapo





Desejei-te príncipe

saíste-me um sapo.

Verde, feio, frio,

...escorregadio...



Chafurdas nos charcos

parceiro da lua,

saltitando, de folha em folha,

na busca desenfreada

da efémera beleza de lótus...



Tentei o beijo

humilhei os afetos

esqueci o brio...

E nada resultou...

Nada... nada te transformou!



Neste feitiço que me cega

coroei-te...Rei dos Sapos...

e da minha alma também!



Escondes o olhar,

coaxas o silêncio!

Recolhes-te na tua bolha,

enchendo, de moscas, o papo

espreguiçando a pele nua...



Porém, conheço-te de fio a pavio

e, na camuflagem das fotos,

a imagem que vejo

é a dum príncipe que chora...



Isabel Branco