quarta-feira, 29 de junho de 2011

Angélico







Jaz morto o menino de sua mãe...
Menino lindo de olhar doce,
corpo esbelto, música na voz,
ritmo e sensualidade em cada poro,
jovem traído pela vida
a meio da sua estrada...
Calou-se, para nós,
angélico seu coração!
Sua alma sã voa agora embalada
nos sons diferentes que nos trouxe
estrela deste ou doutro firmamento...
Menino anjo de sua mãe,
num adeus sem despedida,
ganhou asas e dimensão...
Jaz morto! Por ele choro,
filho amado e palco
de tantas outras mães...

Isabel Branco

terça-feira, 28 de junho de 2011

Poesia...




A poesia nasce, brota...
semente lançada ao vento
em asas de cor
e chilreio de passarinho...
Cresce, cresce devagarinho
girassol em flor
na seara do pensamento,
manacial que se não esgota...

Bailado de gaivota
em azul deslumbramento
abre rumos de amor
apontando-nos o caminho...
Poesia, vem e vai de mansinho
alma, agitação, rubor
que a lúcida magia do momento
a tinta ao papel devota...

Isabel Branco

Perfume; Rivais; O que não disseste - António Correia de Oliveira



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39º Programa: ANTÓNIO CORREIA DE OLIVEIRA - Perfume; Rivais; O que não disseste; (e o Meu - Este estar)

http://tv.rtp.pt/multimedia/progAudio.php?prog=3273

Transmitido na RDP Internacional a 24 de Junho de 2011.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Saudade de ti - Tony Carreira




"Eu bem sei, que nunca mais pensaste em mim
Como vou e como estou depois de te perder
Também sei mesmo a viver morri pra ti
E o meu nome já mais voltaste a dizer

Eu bem sei, que nunca mais falaste em nós
Do que foi e do que fiz um dia por nós dois
Também sei, que sou silêncio em tua voz
E só Deus sabe, só Deus sabe como eu estou

Refrão

A Saudade de ti tomou conta de mim e me mata por dentro
Esta falta de amor nunca me abandonou desde que eu te perdi
A cor da solidão pintou o meu coração de mágoa em sofrimento
E assim é o meu viver nesta dor sem esquecer quem se esqueceu de mim

Eu bem sei, que nunca mais pensaste em mim
Se estou só, ou como tu até tenho outro amor
Também sei, que a minha vida já nada te diz
Só Deus sabe, só Deus sabe como eu vou

Refrão 3x "

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Voltas




São voltas e voltinhas
as voltas que a vida nos dá.
Por vezes, revoltas minhas,
nas voltas no lado de cá...

Entre voltas e reviravoltas
passa o tempo a correr.
Sobram tantas pontas soltas
e tanta vida por viver...

Serão punições? Serão castigos?
As andanças indesejadas
que nos roubam dos amigos??!!...

Entre as almas sublimadas
não pode haver fim, nem perigos,
mas mudas e breves voltas caladas!!!

Isabel Branco

Nova, nova, nova, nova...; Escrever; Jeito de Escrever - Irene Lisboa




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38º Programa: IRENE LISBOA - Nova, nova, nova, nova...; Escrever; Jeito de Escrever;(e o Meu - Que Importa...)

http://tv.rtp.pt/multimedia/progAudio.php?prog=3273

Transmitido na RDP Internacional a 17 de Junho de 2011.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Acreditar


(Pintura de Mahir Ates)

Acreditamos em algo...
Em alguém...
Numa entidade superior,
numa força divina,
num amor, numa voz interior!

Acreditamos em algo...
Em alguma coisa
porque existimos
e nos é imperioso acreditar...

E acreditando, acreditamos!

Acreditamos na árvore que floresce
e frutifica...
Na estrela, no mar, na colina,
no arco-íris, na bonança anunciada...

Acreditamos na vida, na criança
que do mistério nasce,
e, até, na injusta morte
que nos purifica e renasce.
Acreditamos no sonho, na esperança
e embarcamos no barco a remos
do nosso acreditar.

Remamos...remamos
a favor e contra a maré...
pois acreditamos...
e acreditando temos fé!

Mas, se de repente,
de ventos em mudança,
o sol na praia declina,
o rosto, o corpo já não ilumina...
A alma arrefecida,
essa alma inteira que demos,
incrédula petrifica devagar...
E em nada, em ninguém
quer de novo acreditar!


Isabel Branco

terça-feira, 7 de junho de 2011

Cardo Negro




Passado o absoluto espanto
das primas horas de incredulidade
engasgadas ainda as palavras
morrem-me na garganta
inúteis, gastas, amargas...
Baralham-se na mordacidade
e, em bêbado azedume,
calam o mudo canto
que o silêncio tem para embalar...

As mil janelas partidas
nas frestas do meu olhar,
em absurda dolência
perdem-se nos rumos do mar...
As faces pálidas, descoloridas
espelham a dor ao lembrar
e grossas lágrimas sentidas
em incontrolada cadência
teimam oceanos navegar...

Ah!!! Venenosa planta
esta estranha forma de amar...
Ah!!! Vã consciência,
cardo negro a aflorar...
Oh!!! Incontrolável desejo
de, uma vez para sempre,
dentro de mim te matar!!!
Oh!!! Perfeita sintonia
entre o que quero e o que almejo

e esta vontade de vomitar!...


Isabel Branco

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Dignidade




Dignidade!
A única coisa que pode restar
quando e onde
até um grande amor
pode falhar!

Fere menos a pedra,
ainda que atirada,
que a vileza do ato
a ignominia do gesto
ou a torpeza da palavra...

Passe o tempo, mude a idade,
no peito amordaçada
na tomba silenciada
mas alma, ser e verdade
impossível de calar.

Isabel Branco

Contrariedades - Cesário Verde



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36º Programa: Cesário Verde - Contrariedades;(e o Meu - Aquela Rua)

http://tv.rtp.pt/multimedia/progAudio.php?prog=3273

Transmitido na RDP Internacional a 3 de Junho de 2011.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Gaivota Morta




Horizonte! Azul! Sonho!...

......................................................

Uma gaivota ergue as asas
e voa... voa...
na esperança louca
da ilha branca alcançar.

Que fúria!
Que braveza de mar!
Que adversidade...

Sem ilha...
Sem porto...
sem cais para descansar,
no frémito da tempestade
esbraceja, luta, e...

Óh fatalidade!

Entre algas embrulhada,
ao sol da praia arremessada,
seu corpo começa agora a secar!

Jaz morta
a pobre gaivota!

Cinza! Areia! Dor!

Pena! Penas! Penar...

Um vento avassalador
das cinzas a reergue
e em Fénix renascida
a pobre gaivota morta
voa...voa...
num outro azul
e noutro lado do mar!!!...


Isabel Branco