sexta-feira, 20 de maio de 2016

EVIDÊNCIA




Pelo tanto que nos queremos,
meu AMOR, ambos sabemos
a falta que, um ao outro, nos fazemos!!!!

Isabel Branco



MEU MAR





Meu mar...que tanto amo,
que tanto me acalma,
que tanto me agita...
meu senhor, meu amo,
imensidão d´ alma,
azul infinito que, por mim, grita...


Isabel Branco


PERDOA-ME AMOR


Perdoa-me amor, por amar-te 
infinitamente como ninguém 
e, por isso, te incomodar tanto...

Perdoa-me amor, por calar-te
dentro do peito, sufocar-te também,
e ser-te mágoa, dor e desencanto...

Perdoa-me amor, por chorar-te 
rios, mares, pelos tempos além
e, assim, embarcar-te em meu pranto…

Perdoa-me amor, por esperar-te 
nas asas quebradas que meu sonho tem 
e, sofrendo, amor, nem sabes quanto!


Isabel Branco


sábado, 2 de abril de 2016

Meu Eu Parasita


Porque me segues?
Porque és a minha sombra,
irmão do meu desassossego,
grito doutra mãe parido?!…
Porque comes do meu prato
e te lambuzas da minha gula,
raiz da minha fome, água da minha sede?!…
Porque escarneces do que digo
e te vestes das minhas ironias,
maresia razão das minhas lágrimas,
sangue do meu sangue concebido?!…
Porque adormeço e pertinaz
te colas poema ao meu sonho,
gémeo parasita do meu corpo ensandecido,
espelho da minha alma ensombrada?!…
Porque acordo e te passeias insistente e mordaz
nos inseguros passos dos meus dias,
meu outro eu não nascido,
ser primeiro do meu ser ferido?!…
Porque me persegues?
Porque teimas seguir-me,
meu inconsequente lado rapaz,
tempo dos meus contratempos renascido,
cinza dos meus escombros reacesa?!...


Isabel Branco

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

JAZ FRIA… A ALMA VAZIA!




Inventariam-se momentos
Pertences dum tempo defunto…
Herdam-se saudades e lamentos,
Memórias mil em conjunto!

A lágrima derramada
Espraia-se lenta e fria.
Em campa rasa sepultada
Jaz a alma já do corpo vazia.

Das quimeras à mortalha
Breve instante se aflora
Numa invencível batalha!

Triste a chuva cai… e chora…
Sementes de nós… o vento espalha…
Ninguém… neste mundo se demora!


Isabel Branco


quinta-feira, 15 de outubro de 2015

AMO-TE, meu amor!!!



O amor não precisa de motivos,
nem de datas, tão pouco de compromissos,
mas simplesmente de vontades,
comportamentos e afinidades.
E, ainda que as distâncias
aumentem as saudades
e o tempo nos limite a existência,
jamais o amor deixa de nos mover e impulsionar.
Reação química ou fórmula física
é, sobretudo, paixão,
desapego, memória, sentir,  razão
e parte inapagável de nós próprios.

Neste momento, porque o sinto, 
porque quero, apenas te digo:


AMO-TE, meu amor!!!!!


Isabel Branco



segunda-feira, 5 de outubro de 2015

ICÁRIA



Rasguei o azul da palavra
e encontrei cinzas de mim,
num arco-íris de lua e chuva…
Vendavais sobreviveram,
nuvens de algodão em espuma se espraiaram,
memórias, lugares, gentes,
das cortinas dos olhos
em estranhas vagas me sucederam…
Confesso um rio, brumas de solidão,
na simpatia ícara dos silêncios,
dédalo um labirinto… e, em asas de cera
e penas de gaivota fujo, de mim mesma, estonteada…
Adormeço ilha em mar de sargaços
e na cósmica poeira dos sentidos
abraço um infinito de sonhos acontecidos!...


Isabel Branco


terça-feira, 22 de setembro de 2015

Achei…



Achei que te conhecia…
Enganei-me!...

Achei que te queria…
Encontrei-me!...

Achei que nada nos separaria…
Equivoquei-me!...

Achei que o sonho se desvanecia…
Revoltei-me!…

Achei que sem ti morria…
Curei-me!...

Achei que serias meu um dia…
Neguei-me!...

Achei que achando conseguia…
Achei-me!...

Achei… Aprendi…Corri pela maré vazia…
Amei-me!...


Isabel Branco





quinta-feira, 17 de setembro de 2015

A Poesia é...


A poesia é uma Florbela que Espanca.
Algo que nos intriga, algo que nos enleva.
Ora dói, ora cura. Ora enfada ora encanta.
Se tanto nos aquieta, também nos cega.

A poesia é um Fernando que se apessoa.
Algo que se entranha, algo que desassossega.
Ora chora, ora ri. Ora mar, ora canoa.
Se tanto nos inquieta, também nos sossega.

A poesia é desejo, é contradição,
luta, arma, silêncio, mistério, paixão…
Por vezes, cantar d´amor, cantar d´amigo!...

Companheira e vela acesa na solidão,
alma minha, asa, espelho, infinito e até oração,
é o grito que calado… sinto, escrevo e digo!


Isabel Branco


sexta-feira, 4 de setembro de 2015

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Para Cada Palavra


 

Para cada palavra inventei distância,
salpiquei-a de sal e adocei-a de ternura…
Assim colocadas são-me benditas as palavras!
Têm a voz clamorosa que vem da infância
e a cálida alma que acrescento à mistura…
São desertos transformados em fecundas lavras!

Para cada palavra procurei um ato,
construi-o de propósito e fi-lo de emoção…
Assim coesas são-me as palavras precisas!
Têm a força decisiva que vem do exato
e a justa certeza que advém da intenção…
São verdades que, no ouro do meu silêncio, divisas!



Isabel Branco


segunda-feira, 9 de março de 2015

Passaros Sem Ninho - Isabel Branco


Ficaste...pomba branca na negrura do meu pombal...

Algures liberta na vastidão do meu sonho

e voaste águia do ninho fugitiva...

Isabel Branco



Pássaros sem Ninho


Autora: Isabel Branco
Apresentação da obra e da autora a cargo de: José Luis Outono, João Raimundo Gonçalves, Eduardo Homem e António Vieira da Silva.
Capa e ilustrações de: Luis Gabriel Marques

Musica: Carlos Torres

Dia 14 de Março, pelas 15.00h


quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

CHUVA



De prantos me vesti 
de chuva me fantasiei
Nas penas que vivi
como pássaro esvoacei...


Isabel Branco

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

NO CAIS DA SAUDADE



Descalça...
no cais da saudade minha alma mora.

Errante...
se transfigura e de vestes se desnuda.

Transparece...
em águas plácidas
e aos ouros da tarde se oferece.

Parte...
nas marés ao sabor dos ventos
em metáforas, em pensamentos!...

Vagueia...
pelo mundo fora
descabelada e muda.

Chora...
peregrina não esquece
aportando ilhéus e ilhotas.

Livre...
volta, rodopia num bailado de gaivotas,
alvos lenços acenando.

Silente...
saudades a vão lembrando,
saudades a vão levando...



Isabel Branco


terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

AZUL NOITE




No azuláceo horizonte asas se abriram 
e corvos cresceram no breu da noite...
Vesti-me de frias ânsias e praias desertas
doída das oblíquas setas que me feriram...
Mar meu de minhas rochas açoite
marés de pranto e cais das descobertas
sulcos que fundo o rosto me esculpiram.

Ao luar, as nuvens escuras de tempestade
aclareiam a visão dos sonhos projetados
e em búzios escondem o som do tempo.
Desse tempo, clepsidra voraz da vontade,
do mar, da noite, de azeviche rasgados
como os feitos azuis que deixei pela metade.


Isabel Branco


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

SOLTO OS PÁSSAROS





Solto os pássaros no espaço vazio do existir
pensamentos meus que teimam em migrar
nas asas dum sonho sem acordar e sem dormir...

Solto os pássaros num tempo de mudança
palavras minhas que teimam unidas versejar
no poema salutar da mulher esperança.

Solto os pássaros, presos gritos que teimo em gritar,
libertos no eco longínquo dos meus silêncios 
no azul solidão que eterna me há de transformar!


Isabel Branco

terça-feira, 27 de janeiro de 2015