terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Leio nos Teus Silêncios





Leio nos teus silêncios
os inaudíveis gritos de socorro
dum naufrago à deriva.

Leio nos teus silêncios
as longas noites de ânsias carnais
adormecidas em recônditos desejos.

Leio nos teus silêncios
verdades não publicadas
num estranho léxico enclausuradas.

Leio nos teus silêncios
viagens, mapas, mundos,
portos do mar negro da solidão.

Leio nos teus silêncios
o meu barco acostado
na calmaria qu’o impede de içar as velas.

Leio nos teus silêncios
as freudianas guerras que travas
na imperativa lucidez com que me salvas.

Leio nos teus silêncios
reflectidas as minhas mágoas,
isquémias ao nosso sangue roubadas.

Leio nos teus silêncios
o azul infinito do amor,
o maior dos sinais que me devotas.


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