terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Nevão
(Imagem da Net)
Súbitos, doídos, os gélidos frios,
enclausuram o canto das cotovias
e brancos silêncios cobrem as montanhas.
Um pálido sol espelha-se nos rios
à hora tardia das ave-marias
e, em brando lume, se aquecem as entranhas.
Desafiando o rigor do elemento
um banco de feia e bruta pedra
ao mistério assiste impávido e sereno.
As palavras num adeus, pétalas ao vento,
da semente do amor que em nós medra,
despem-se da flor selvagem, vergada num aceno.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Lindo e até que enfim, Maria Isabel. Custou-me chegar até aqui, mas valeu demais poder ver e ler o que tu fazes, numa maravilha de escrita, direi, divinamente bela.
Esse teu senso criativo é extraordinário e define, neste caso exactamente, o que se passa na maioria dos lares do interior deste país. Gostei muito e tocou-me muito cá dentro. Parabens
Fernando José
Fico imensamenmte satisfeita que tenhas conseguido descobrir e entrar no blog. As tuas palavras deixam-me sensibilizadíssima e feliz, por nas minhas palavras dizer um pouco do que tanta gente sente e não expressa.
Vai voltando sempre que queiras e possas pois, esta é uma porta aberta aos amigos e leitores dos meus momentos de poesia.
Um beijinho.
Enviar um comentário