segunda-feira, 27 de abril de 2009

Tenho saudades

Tenho saudades das feiticeiras
dos seus dedos nas minhas narinas
na casa escura dos meus avós;

tenho saudades do sangue dos santos
derramado em crostas de gesso
na igreja escura dos meus avós;

tenho saudades do beco das cruzes
da alma danada do enforcado
na rua escura dos meus avós;

tenho saudades da namorada
por mim inventada como os anjos
no claro jardim dos meus avós.

8 comentários:

Isabel Branco disse...

Adão

Soltou-se a lágrima...
na recordação sentida dos meus avós,
da sua casa, do seu colo e aconchego...
Senti essa imensa saudade...
de todas as casas, de todas as igrejas,
de todas as ruas, de todos os jardins,
de todos os fantasmas e bruxas
que povoaram a minha infância.
Abraço o momento na ânsia de retê-lo...

Um beijinho.

Domenico Condito disse...

Olá "mágica" Isabel!!!

Obrigada por tudo!
Graças a ti, a Rtp e a todas as pessoas magnificas que encontrei em Portugal, hoje sinto-me mais português do que ontem e fico muito feliz e honrado com isso...
Nos próximos dias vou enviar-te as fotos que a Laura tirou nos estúdios da Rtp...

Beijinhos

Um grande abraço também da Laura

Tétis disse...

Isabel,

Um lindo poema que fala de saudade, essa palavra tão portuguesa, esse sentimento tão sublime que por vezes nos faz sangrar o coração.

Beijos amigos

OUTONO disse...

"Soltou-se a lágrima...
na recordação sentida dos meus avós,"

E ainda bem, porque a saudade é a flor do nosso querer...

Não temas soltar essas saudades!

Beijinho.

Domenico Condito disse...

Doce amiga

Publiquei no “Utopie calabresi” um resumo da reportagem que vai ser trasmitida pela Rtp e uma nossa foto que a Laura tirou nos estúdios...
Envio-lhe mais fotos por mail.

Obrigado, Isabel!

Isabel Branco disse...

Olá Domenico

Recebi as fotos que agradeço. São uma excelente recordação da sua visita. Também já espreitei o Utopie Calabresi. Estive fora uns dias e não consegui falar ainda com a Graça. Não sei ainda em que dia passa a entrevista que obviamente, também quero ver.

Beijinhos a si e à Laura e gracia

Isabel Branco disse...

Tétis

Este belo poema que nos fala de saudade é do meu amigo Adão e encerra a sabedoria que lhe é tão peculiar. Créditos para ele.

Um beijinho.

Isabel Branco disse...

Outono

Sempre que falo de ou sinto saudades falo e sinto algo de bom, ainda que, às vezes, pareça nostálgico, pela impossibilidade de reviver momentos ou rever entes queridos.

Um beijinho.