terça-feira, 26 de julho de 2011

FUI MAR, SOU RIO...


Fotos minhas


Fui menina selva,
menina bicho do mato
luar, praia, mar, imbondeiro,
tronco, raiz, maçaroca...

Fui sol, fui calor...

Depois esplendor na relva,
manga doce ao olfato,
fui a tropicalidade do mamoeiro,
a rubra acácia, a mandioca...

Sou mulher cidade,
Mulher maresia, mulher poema
neste Tejo das canoas à deriva
e das gaivotas em patética sinfonia...

Sou grito, sou dor...

Em cada viela, bebo do fado a saudade,
sou alecrim, hortelã, alfazema,
alma solitária que se esquiva
flor de lis em permanente agonia...

Fui menina do mar,
sou mulher do rio...
Fui sonho a navegar
sou a hora, o desafio!

Fui mar, sou rio...


Isabel Branco


4 comentários:

Anónimo disse...

Oi poetisa linda!!
Sempre belo...sempre intenso...sempre envolvente!
Uma tarde de muita luz.Super beijo!Nônô!

José Carlos Moutinho disse...

Belíssimo poema..saudades de outro tempo de tórridos sois...
De cheiros quentes de terra molhada.

Isabel Branco disse...

Nonô

Desculpa...não tenho vindo muito ao blog...um beijão pelo teu carinho e por seres tão a favor dos meus poemas. Beijinho, amiga.

Isabel Branco disse...

José Carlos Moutinho

Obrigada...sim...tanta saudade da nossa querida e amada terra! Do cheiro...da vida...até dos mosquitos e das cobras! Tudo nos ficou na memória dos afetos e nada nem ninguém poderá apagar o que daquela bendita terra bebemos. Um beijinho.