quinta-feira, 23 de agosto de 2012

37 anos de amargura




Trinta e sete anos de amargura
desde a nossa despedida,
terra, berço, mãe, longura
amor único de toda uma vida…

Esta dor que profunda,
viva, me cava a sepultura,
que argilosa se desprende
e basáltica me encarcera…

Esta saudade que infinda,
triste ainda me murmura,
que planáltica me compreende
e oceânica me desespera…

Prende-se nos rios da memória,
nos desertos do sofrimento
e, nas inquietas areias do tempo,
escreve comigo a minha história.  


Isabel Branco


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