quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Sem Inspiração



Sem inspiração…sem querer, nem achar…
Assim…me declino na apatia dos dias.
Sem motivação… sem escrever, sem mar…
Assim…me calo na agonia das horas vazias.

Desalento! Perco-me de afetos e de temas
na morna quietude duma estranha dormência!
Emudecem as palavras, dormem os poemas
na vasta planície duma frígida ausência.

Sinto!…A existência como se a não sentisse!
Presa ao nada, alheia, indiferente,
como não vivesse, como nada visse…

Silencio!...Corre a tinta demente
rasurando, como se o papel ferisse
e, este meu eu, triste, matasse simplesmente…


Isabel Branco

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