sábado, 7 de janeiro de 2012

POETAS DE PALMO E MEIO

67º Programa - Poetas de Palmo e Meio - DIZER POESIA by MisabelBranco

67º Programa: Poetas de Palmo e Meio - Vários poemas de crianças do 1º ciclo da Escola da Coreeira em Albufeira, alunos do prof. Nelson Moniz (e o Meu - Criança me sinto) 


http://tv.rtp.pt/multimedia/progAudio.php?prog=3273


Transmitido na RDP Internacional a 06 de janeiro de 2012.


2 comentários:

Nelson Moniz disse...

Em cada sala de aula, em qualquer país, moram meninos como estes. Aproximadamete em 40 ou 50%(das crianças, em sala de aula)) a poesia palpita em seus mundos...São fabulosos! São constelações de estrelas que apenas precisam de uma voz que os oriente. De acordo com a minha experiência,verifica-se o culminar da criação; aquela força augusta do imaginário da criança no 3ºano de escolaridade.Entre os 7,8 ou nove anos as crianças são de facto fabulosas na criação poética. Envolver-nos com o véu da metáfora, é como em profundidade dar as mãos a quem deseja mergulhar na esfera do infinito. Desde tenra idade que, nos passos progressivos da linguagem, a criança brinca com o seu faz-de-conta no seu cavalo de vassoura. Nós, adultos, sentimos naquela representação a graça do palco vivido pela criança. Quando a criança entra para a escola, o faz-de-conta substitui-se por ordens imperiosas dos professores; não por culpa destes, mas por uma ordem superior que todos receiam desobedecer. Aí, num clima de aparente senso comum; juramos cumprir as planificações; independentemente dos processos pedagógicos que o professor, consciente e responsável, achar por conveniente materializar aos alunos em questão. E, todo aquele criar – que a criança possuía antes de entrar na escola –, perde-se em objectivos, conteúdos, competências propostas pela pobre política educativa deste país. Amordaça-se, violentamente, como um golpe profundo na motivação das aprendizagens; todo o capital de experiências e interesses que poderiam estimular a vontade de aprender. Por vezes, surge o milagre; o acender do mundo infante por alguém que compreende a relevância da criatividade como processo estimulante para a abertura do conhecimento – o professor numa dimensão poético-filosófica. As planificações deixam de ser cumpridas, rigidamente; e qualquer gesto; um sorriso; uma flor; ou uma pedra; passam a ser cúmplices da festa e da alegria das aprendizagens das crianças. A metáfora volta a ser conquistada pelo mundo das crianças, mas; sem definições; sem leis gramaticais; e tudo será recomposto em seus devidos lugares, como era dantes, no mundo da criança. O desenvolvimento da intuição e da vontade de aprender ficará a cargo do saber poético e filosófico do professor.

Nelson Moniz

Isabel Branco disse...

Nelson Moniz
Excelente trabalho o do professor que assim se dedica aos seus petizes e ao desenvolver da sua criatividade e imaginação. E que melhor recompensa senão vê-los crescer em sabedoria, consciência e sensibilidade?
Um beijinho aos pequenos e a ti.