segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Apenas e Agora


(Imagem da Net)



Já não há o antes ou depois.
Há o apenas e agora.

Os livros que não li
ficaram no outrora,
na estante do nunca,
do quem sabe, ou do talvez.
Os que saboreei e reli,
sem dúvida nenhuma,
o e, o mas, o porém,
o momento, a hora,
abertos sobre a mesa,
contam, um a um, por sua vez,
a história que, sem demora,
principia no fim e, sem desdém,
se finda no se
ao qual estou presa
sem causa ou razão alguma.

Já não há o antes ou depois.
Há o apenas e agora.

Já não és tu, já não sou eu,
nem nenhum ou nada de nós dois.
São as esperanças arquivadas,
penduradas em panfletos.
As palavras escusadas
são nos dicionários esqueletos.

Já não há o antes ou depois.
Há o apenas e agora.

Apenas um silêncio que me devora
agora que o contexto se desvaneceu.
Apenas um Inverno gélido que incomoda,
depois dum reencontro inesperado,
antes da partida anunciada,
agora o clímax, o auge, o apogeu.


8 comentários:

Luis Ferreira disse...

Um belo poema... gostei muito de o ler e de igual modo, retomar a visita a este mundo cheio de encanto.

Com amizade
Luis

O Profeta disse...

Sublime...


Doce beijo

Isabel Branco disse...

Luis

As férias são o retemperar e o recarregar de energias. E simultaneamente uma fonte inesgotável de preguiça e de inspiração.

Boa semana e um beijinho.

Isabel Branco disse...

Profeta

Um agora incontestável
dum momento sublime...
Um apenas memorável
que d'outros me redime!

Um beijinho.

Luis Ferreira disse...

Voltei a este encantador espaço... vale sempre a pena ler o que por aqui de belo se encontra.

Mais uma vez

PARABENS

Luis

Isabel Branco disse...

Luis

Obrigada e um beijinho.

Anónimo disse...

Se não viver o "agora", como é que amanhã olharei para hoje?

Isabel Branco disse...

Faroleiro

Benvindo e obrigada pela participação!

Há, no entanto, quem não viva hoje na recordação do que passou e tenha medo do futuro pelo que deixou de viver.

Vivo cada segundo como a redescoberta do primeiro e antevisão do último.

Um beijinho.