
No azuláceo horizonte asas se abriram
e corvos cresceram no breu da noite...
Vesti-me de frias ânsias e praias desertas
doída das oblíquas setas que me feriram...
Mar meu de minhas rochas açoite
marés de pranto e cais das descobertas
sulcos que fundo o rosto me esculpiram.
Ao luar, as nuvens escuras de tempestade
aclareiam a visão dos sonhos projetados
e em búzios escondem o som do tempo.
Desse tempo, clepsidra voraz da vontade,
do mar, da noite, de azeviche rasgados
como os feitos azuis que deixei pela metade.
Isabel Branco
Sem comentários:
Enviar um comentário