segunda-feira, 5 de março de 2012

Estro!



Despe-me da pele metamórfica que me cobre
e abre-me as asas de mariposa em véus de encanto…
Toca-me na sensibilidade dos sentidos
e, entre as coxas nuas da noite, em esgares de lua prata,
beija-me as reticências ternamente… com doçura!
Salpica-me de pétalas, num dossel de palavras,
em versos de ouro transformadas…
Inunda-me desse mar nascente que em ti jorra
e pinta comigo o arco na fimbria íris da poesia.
Alaga-me das tuas tempestades tropicais,
arrastando o capim das indiferenças,
quebrando diamante todos os silêncios
e abafando os túrgidos medos…
Encharca-me até aos ossos desse teu pranto enraivecido
e ama-me…ama-me, óh estro, obstinada, insaciavelmente,
como entre nós se deve e faz sentido!

Isabel Branco





Sem comentários: