quinta-feira, 9 de junho de 2011

Acreditar


(Pintura de Mahir Ates)

Acreditamos em algo...
Em alguém...
Numa entidade superior,
numa força divina,
num amor, numa voz interior!

Acreditamos em algo...
Em alguma coisa
porque existimos
e nos é imperioso acreditar...

E acreditando, acreditamos!

Acreditamos na árvore que floresce
e frutifica...
Na estrela, no mar, na colina,
no arco-íris, na bonança anunciada...

Acreditamos na vida, na criança
que do mistério nasce,
e, até, na injusta morte
que nos purifica e renasce.
Acreditamos no sonho, na esperança
e embarcamos no barco a remos
do nosso acreditar.

Remamos...remamos
a favor e contra a maré...
pois acreditamos...
e acreditando temos fé!

Mas, se de repente,
de ventos em mudança,
o sol na praia declina,
o rosto, o corpo já não ilumina...
A alma arrefecida,
essa alma inteira que demos,
incrédula petrifica devagar...
E em nada, em ninguém
quer de novo acreditar!


Isabel Branco

4 comentários:

Associazione Culturale Luís de Camões disse...

Desejamos a todos os Portugueses um Feliz Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Nós também celebramos este dia no blogue da “Associazione Culturale Luís de Camões”: ”10 Giugno: Giorno del Portogallo, di Camões e delle Comunità Portoghesi - 10 de Junho: Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas”.
Um grande abraço

Isabel Branco disse...

Os reinos e os impérios poderosos,
Que em grandeza no mundo mais cresceram,
Ou por valor de esforço floresceram,
Ou por varões nas letras espantosos.

Teve Grécia Temístocles; famosos,
Os Cipiões a Roma engrandeceram;
Doze Pares a França glória deram;
Cides a Espanha, e Laras belicosos.

Ao nosso Portugal, que agora vemos
Tão diferente de seu ser primeiro,
Os vossos deram honra e liberdade.

E em vós, grão sucessor e novo herdeiro
Do Braganção estado, há mil extremos
Iguais ao sangue e mores que a idade.

...................

Que vençais no Oriente tantos Reis,
Que de novo nos deis da Índia o Estado,
Que escureçais a fama que hão ganhado
Aqueles que a ganharam de infiéis;

Que vencidas tenhais da morte as leis,
E que vencêsseis tudo, enfim, armado,
Mais é vencer na Pátria, desarmado,
Os monstros e as Quimeras que venceis.

Sobre vencerdes, pois, tanto inimigo,
E por armas fazer que sem segundo
No mundo o vosso nome ouvido seja;

O que vos dá mais fama inda no mundo,
É vencerdes, Senhor, no Reino amigo,
Tantas ingratidões, tão grande inveja.

....................

Isabel Branco disse...

1

As armas e os barões assinalados,
Que da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;

2

E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis, que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando;
E aqueles, que por obras valerosas
Se vão da lei da morte libertando;
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
..............

Isabel Branco disse...

Domenico

Um abraço fraterno, a ti e a Itália, neste Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.