terça-feira, 7 de junho de 2011
Cardo Negro
Passado o absoluto espanto
das primas horas de incredulidade
engasgadas ainda as palavras
morrem-me na garganta
inúteis, gastas, amargas...
Baralham-se na mordacidade
e, em bêbado azedume,
calam o mudo canto
que o silêncio tem para embalar...
As mil janelas partidas
nas frestas do meu olhar,
em absurda dolência
perdem-se nos rumos do mar...
As faces pálidas, descoloridas
espelham a dor ao lembrar
e grossas lágrimas sentidas
em incontrolada cadência
teimam oceanos navegar...
Ah!!! Venenosa planta
esta estranha forma de amar...
Ah!!! Vã consciência,
cardo negro a aflorar...
Oh!!! Incontrolável desejo
de, uma vez para sempre,
dentro de mim te matar!!!
Oh!!! Perfeita sintonia
entre o que quero e o que almejo
e esta vontade de vomitar!...
Isabel Branco
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário