quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015
NO CAIS DA SAUDADE
Descalça...
no cais da saudade minha alma mora.
Errante...
se transfigura e de vestes se desnuda.
Transparece...
em águas plácidas
e aos ouros da tarde se oferece.
Parte...
nas marés ao sabor dos ventos
em metáforas, em pensamentos!...
Vagueia...
pelo mundo fora
descabelada e muda.
Chora...
peregrina não esquece
aportando ilhéus e ilhotas.
Livre...
volta, rodopia num bailado de gaivotas,
alvos lenços acenando.
Silente...
saudades a vão lembrando,
saudades a vão levando...
Isabel Branco
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
AZUL NOITE

No azuláceo horizonte asas se abriram
e corvos cresceram no breu da noite...
Vesti-me de frias ânsias e praias desertas
doída das oblíquas setas que me feriram...
Mar meu de minhas rochas açoite
marés de pranto e cais das descobertas
sulcos que fundo o rosto me esculpiram.
Ao luar, as nuvens escuras de tempestade
aclareiam a visão dos sonhos projetados
e em búzios escondem o som do tempo.
Desse tempo, clepsidra voraz da vontade,
do mar, da noite, de azeviche rasgados
como os feitos azuis que deixei pela metade.
Isabel Branco
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015
SOLTO OS PÁSSAROS
Solto os pássaros no espaço vazio do existir
pensamentos meus que teimam em migrar
nas asas dum sonho sem acordar e sem dormir...
Solto os pássaros num tempo de mudança
palavras minhas que teimam unidas versejar
no poema salutar da mulher esperança.
Solto os pássaros, presos gritos que teimo em gritar,
libertos no eco longínquo dos meus silêncios
no azul solidão que eterna me há de transformar!
Isabel Branco
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