
(Imagem da Net)
Vejo partir todos os barcos,
todas as pequenas faluas
deste meu Tejo abandonado...
Vejo rasgadas as mil e uma bandeiras,
a meia haste, para mim, hasteadas
neste meu mar tenebroso, irado...
Sabem-me os lábios ao sal
das lágrimas, em vão, choradas
gaivotas das esperas derradeiras
nas amarras do medo poisadas.
Vejo o breu, sem estrelas, sem luas
e nas tuas íris coloridos arcos
deste meu estar desassossegado.
Vejo floridas as esperanças primeiras
nas incandescências inesperadas
desse teu jeito silencioso e calado...
Sabem-me a fel, a bílis...(tão mal...)
as horas neste cais desperdiçadas,
musas... da desdita companheiras,
nas ondas dum adeus levadas...
Isabel Branco