quarta-feira, 17 de março de 2010

Parcos Instantes...


(Imagem da Net)


Falámos de tantas coisas
num hiato temporal
entre o ser e o estar!
Entre o bebericar do café
e o alheamento das vozes
que ensurdecedoras nos rodeavam
olhámo-nos sorrindo,
cúmplices dos anátemas da poesia,
estigma que nos persegue
e nos purifica...
Navegámos nos mares dos nossos prantos
e aportámos as ilhas
do nosso contentamento...
Humildemente admitimos
a dor das horas insípidas!
Os fracassos...o que deixámos de viver...
As loucuras...os devaneios...
As sombras, os risos, os medos,
as longas estradas percorridas,
os sulcos, as fendas
nos nossos rostos esculpidas,
as feridas abertas e não lambidas...
Parcos instantes...
em que tanto foi dito
sem o poder das palavras,
entre o mistério dos afectos
e o arrepio corporal...
Parcos instantes...
de que, ainda, ouço os violinos
como fundo musical...


2 comentários:

Argos disse...

Olá Isabel

Nem sempre as palvras são precisas!

Abraço

Isabel Branco disse...

Sim Argos

Nem sempre as palavras são precisas... especialmente entre amigos que se respeitam e entendem.

Um beijinho,