Prefácio de Ecos d'Alma de Fátima Porto
A poesia de Fátima Porto tem a leveza duma nuvem, o sabor do vento agitando as canas que a maceração transforma em açúcar, o correr manso e romântico das águas límpidas do rio Catumbela que, da roça, o transporta mundo fora, adocicando as bocas, os corações e as mentes.
Nos sons do silêncio, no abrir e fechar das gavetas da memória, no encontro da tinta com a folha branca do papel, no aprazível jogo das palavras e do tempo, perpassa os olhos e os sonhos de menina, a sensualidade felina de mulher, as asas que a imaginação determina, o poder e a magia que se quiser.
Ora cruzando a ponte no comboio da realidade, ora amargando o pó da estrada da vida, esbate a argilosa terra que a viu nascer numa saudade permanente e em cada verso transparece laivos dum sol doirado e quente, praias longínquas de deslumbramento e serenidade a que as emoções se juntam num ritmo crescente de sentimentos e verdade, na inexplicável e terna libertação do ser em forma de poema e ECOS d’ALMA.
Isabel Branco
Lisboa, 10.04.2012
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