terça-feira, 27 de março de 2012

Primavera



Chilreiam felizes os pardais
saltitando de ramo em ramo...
As árvores vestem-se de cor,
Incendeia-se o sol no horizonte...
Intensa, liberta-se no ar
a doce fragância das magnólias...
Bailam os insectos zumbindo
entre as pétalas carnudas
e as corolas desabrochadas
sedentos do amarelado nectar.
Exala-se e respira-se a poesia da tarde
numa calma e contagiante alegria. 
É Primavera a estação do amor!
E eu...cheia de ideais...
apeada...na fila diária 
para o maldito autocarro!


Isabel Branco

Remorso; Sirene; Última Véspera; Há Coisas - Inês Lourenço

79º Programa - Inês Lourenço - DIZER POESIA by MisabelBranco1

79º Programa: Inês Lourenço_Remorso; Sirene; Última Véspera; Há Coisas - (Meu_Não tenho pressa) 


http://tv.rtp.pt/multimedia/progAudio.php?prog=3273 ou

http://www.rtp.pt/multimediahtml/audio/dizer-poesia


Transmitido na RDP Internacional a 27, 29 e 30 de março de 2012.


domingo, 25 de março de 2012

Sementes do Nada



Semearam o trigo em abril de alvoroço.
Colhemos o joio nos nacos de miséria
servidos todos os dias ao almoço
em bandejas repletas de fome séria.


Nos prados floridos da primavera
murcham os cravos tombados.
Nada alcança a gente que espera
senão direitos e subsídios usurpados.


E o vento ... uivando nas searas vazias,
enrolando o feno seco dos sem razão,
embala-nos manso em toadas e poesias,
a nós, mendigos do luso e pátrio chão.


Isabel Branco


Inquietudes


Andam bocas pelo ar,
esfomeadas de fama...
Vozes escancaradas
no ridículo que as inflama,
mentes inquietas
pela inveja corrompidas,
passos incertos
e atitudes pouco retas...
Andam olhos cegos
calcorreando a calçada,
vazios de luz
açoitando a palavra,
alimentando os egos...
Andam os ouvidos fechados!
Nem dá para acreditar...
Injúrias ...Inquietudes...tantas aí Jesus...
Calei-vos... Ouvi! E vede!
Parai...aprendei com o silêncio
o ouro que se derrama
pelas cascatas da sensatez.
Bebei...e matai essa sede!
Deixai que cresça viçosa e ereta
a sábia planta da poesia
em vós semeada!...


Isabel Branco


quarta-feira, 21 de março de 2012

Poesia


P ardal à solta na brancura do papel,



O nda no mar das sensações,


E moção, ritmo, palavras, fantasia


S ejas o que fores, óh poesia,


I nteira me arrebatas na tua magia,


A mar dos meus amares!




Isabel Branco

Até ao Fim; Murmúrio de um Silêncio; Um Novo Despertar - Luis Ferreira

78º Programa - Luis Ferreira - DIZER POESIA by MisabelBranco

78º Programa: Luis Ferreira_Até ao Fim; Murmúrio de um Silêncio; Um Novo Despertar; - (Meu_Falta-me...) 


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Transmitido na RDP Internacional a 20, 22 e 23 de março de 2012.


domingo, 11 de março de 2012

Do rio para o mar



Despede-se o Tejo de Lisboa
num acenar de gaivotas
que pelo entardecer sobrevoa
barcaças, areias e ilhotas...
Meu veleiro desliza sereno
sobre as águas deste rio tranquilo...
Mouro vento, sol moreno,
sal, sonhos disto e daquilo...
Sob as pontes do destino
e o olhar sobranceiro da cidade,
velas içadas ao vento latino,
vai-se o tempo,  vai-se a idade...
Rumo ao Atlântico merecido
quem sabe, um dia, partirá?
Ainda que cinzas, dum azul desconhecido,
ao mar, por seu amor, voltará!

Isabel Branco

sexta-feira, 9 de março de 2012

Reencontro-te



Epicentro de todos os meus terramotos
reencontro-te rochedo sobre os escombros…
Convergência dos meus pontos cardeais
orientas-me e levas-me nauta mar fora…
Rosa dos meus ventos, imbondeiro dos meus lamentos,
norteias-me, segurando-me as mãos
e comigo esvoaças no sorriso e no beijo.
Eixo do meu mal, apogeu do meu bem,
sol dos meus dias, elíptico me acompanhas
na aprendizagem dos silêncios geniais…
Equador das minhas tórridas paixões,
irmão da minha funesta ansiedade
espraias-te, meu pensamento, de saudade
na brisa mansa dos luares e das sensações
e, difuso, te esfumas na neblina…

Isabel Branco

segunda-feira, 5 de março de 2012

Estro!



Despe-me da pele metamórfica que me cobre
e abre-me as asas de mariposa em véus de encanto…
Toca-me na sensibilidade dos sentidos
e, entre as coxas nuas da noite, em esgares de lua prata,
beija-me as reticências ternamente… com doçura!
Salpica-me de pétalas, num dossel de palavras,
em versos de ouro transformadas…
Inunda-me desse mar nascente que em ti jorra
e pinta comigo o arco na fimbria íris da poesia.
Alaga-me das tuas tempestades tropicais,
arrastando o capim das indiferenças,
quebrando diamante todos os silêncios
e abafando os túrgidos medos…
Encharca-me até aos ossos desse teu pranto enraivecido
e ama-me…ama-me, óh estro, obstinada, insaciavelmente,
como entre nós se deve e faz sentido!

Isabel Branco





Quantas vezes, amor, me tens ferido?; Tu, vã filosofia; Soneto ditado na hora da agonia - Bocage

75º Programa - Bocage - DIZER POESIA by MisabelBranco

75º Programa: Bocage_Quantas vezes, amor, me tens ferido?; Tu, vã filosofia; Soneto ditado na hora da agonia - (Meu_Ah! Bocage...) 


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http://www.rtp.pt/multimediahtml/audio/dizer-poesia


Transmitido na RDP Internacional a 28 fevereiro, 1 e 2 de março de 2012.