domingo, 3 de julho de 2011

Sanguinidade


Cupido (Eros) e Psiquê - António Canova

Corre-me velho nas veias
um liquido cansado, pastoso,
vermelho, igual na euforia
e na definida solução...
Sangue, linfa e rótulo
que à vida me vincula
e num percurso silencioso
me envelhece e disforma.
Perante a demonstração
no ADN da sanguinia alquimia,
em enigma sinuoso,
nos perpetua e identifica.
Dos genes apóstulo
a objectiva verdade formula:
em cruel e triste forma
em absoluta consanguinidade
nos incesta as ideias,
o corpo, a alma e, em algoz agonia,
nos aparta em negação
desse amor que nos petrifica,
infinito, sem limite, sem idade...


Isabel Branco


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