segunda-feira, 5 de outubro de 2015

ICÁRIA



Rasguei o azul da palavra
e encontrei cinzas de mim,
num arco-íris de lua e chuva…
Vendavais sobreviveram,
nuvens de algodão em espuma se espraiaram,
memórias, lugares, gentes,
das cortinas dos olhos
em estranhas vagas me sucederam…
Confesso um rio, brumas de solidão,
na simpatia ícara dos silêncios,
dédalo um labirinto… e, em asas de cera
e penas de gaivota fujo, de mim mesma, estonteada…
Adormeço ilha em mar de sargaços
e na cósmica poeira dos sentidos
abraço um infinito de sonhos acontecidos!...


Isabel Branco


Sem comentários: