segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Cais dos meus lamentos...


(Imagem da Net)


Vejo partir todos os barcos,
todas as pequenas faluas
deste meu Tejo abandonado...

Vejo rasgadas as mil e uma bandeiras,
a meia haste, para mim, hasteadas
neste meu mar tenebroso, irado...

Sabem-me os lábios ao sal
das lágrimas, em vão, choradas
gaivotas das esperas derradeiras
nas amarras do medo poisadas.

Vejo o breu, sem estrelas, sem luas
e nas tuas íris coloridos arcos
deste meu estar desassossegado.

Vejo floridas as esperanças primeiras
nas incandescências inesperadas
desse teu jeito silencioso e calado...

Sabem-me a fel, a bílis...(tão mal...)
as horas neste cais desperdiçadas,
musas... da desdita companheiras,
nas ondas dum adeus levadas...

Isabel Branco


2 comentários:

José María Souza Costa disse...

Um poema Belissimo, Admiravel, em um blog Avassalador. parabens. Amei de verdade este espaço.Estou cá, lhe convidando a visitar o meu blog, muito simplório por sinal, e se possivel seguirmos juntos por eles. Estarei grato esperando por voce lá. Abraços de verdade

Isabel Branco disse...

José

Obrigada pelas palavras e por ter gostado deste meu espaço.
Peço desculpa, só agora responder e aparecer também pelo seu blog que vou ver e apreciar com calma, mas os tempos estão dificeis com muito trabalho e pouco tempo disponível.

Uma óptima passagem de ano e que 2011 traga tudo de bom que dele possamos esperar.

Um beijinho,